O apoio da escola na fase da descoberta
- Tábata Madeira
- 17 de nov. de 2017
- 2 min de leitura
Você lembra quando em sala de aula seus professores discutiram ou apresentaram algum conteúdo sobre Educação Sexual? Provavelmente não, porque o tema não fazia parte da base curricular. O máximo que se oferecia eram conteúdos com abordagem biológica e reprodutiva. Nos anos 80 ou 90, se a família não discutia o tema, o jeito era recorrer aos amigos, e às vezes aprender da maneira menos indicada: experimentando precocemente, e consequentemente ocorrendo a gravidez indesejada e o aumento do HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana).
Por isso, a orientação na família e na escola são fundamentais. Aulas sobre educação sexual são necessárias, já que as crianças e os jovens podem aumentar o conhecimento e a compreensão sobre as mudanças que ocorrem no corpo e como lidar com elas, em relação a si mesmo e ao outro.
A UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - afirma que “o objetivo primário da educação em sexualidade é equipar crianças e jovens com os conhecimentos, habilidades e valores para fazer escolhas responsáveis sobre seus relacionamentos sexuais”.
O que a Base Nacional Comum Curricular – BNCC espera é que haja uma educação que estimule uma sociedade democrática, inclusiva e justa. Atualmente a disciplina “Ciências” foi eleita para a ministração do conteúdo.

No 1° ano do ensino fundamental, crianças com 6 anos têm contato com o tema, a diversidade, cujo objetivo é: orientar os alunos a comparar as diferenças em relação ao outro, valorizando-as e aprendendo a respeitá-las.
Os estudantes voltam a discutir o tema na aula de Biologia, apenas no 8° ano, com 13 anos. Nesse momento, o assunto sexualidade, na qual são abordados: o uso do contraceptivo, o que ocorre na puberdade com os hormônios, as diferenças anatômicas e biológicas em relação ao sexo; as questões, socioculturais, afetivas e éticas. A orientação é enfatizar o respeito, a valorização e o acolhimento do outro, sem preconceito em relação ao gênero.
Ainda de acordo com a BNCC de 2017, os alunos do Ensino Fundamental – Anos Finais correspondem a transição da infância para adolescência, época em que os estudantes aprendem mais sobre sexualidade e representação de gênero.

Crianças com 12 anos afirmam que nunca tiveram aula de educação sexual, sendo a reprodução humana a única matéria aprendida até meados do 8° ano, aprendendo apenas o que é identidade de gênero, orientação e sexo por meio da internet.
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, realizou uma pesquisa sobre o uso da internet por crianças e adolescentes no Brasil, 20% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos, já pesquisaram na internet vídeos e fotos com conteúdos sexuais e cerca de 15% desses entrevistados tenham recebido mensagens abordando o assunto sexualidade.
Outro fator para não haver a discussão sobre o tema são os pais, são raros os que conversam sobre o assunto e aceitam que outras pessoas conversem com seus filhos.
Em março de 2017 no Paraná, mais de 150 pais não concordaram com o livro escolhido pela Escola Estadual Júlio Guerra onde retratava de forma ilustrativa o que é educação sexual, como se cuidar, e não apenas como se prevenir de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez. Clique e confira algumas imagens do livro:
Para saber mais sobre o assunto, confira nossa entrevista com a autora do livro, Monica Waldhelm.
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